Manoel Justino de Almeida Netto, por Mario Marquez
Manoel Justino de Almeida Netto | Foto: Porfírio Menezes
Neste final de semana, o Jockey Club de São Paulo homenageou uma pessoa muito especial.
Manoel Justino de Almeida Netto, o Nelito, foi Diretor do JCSP por mais de 30 anos. Foi Presidente da extinta CCCCN, órgão máximo da equinocultura nacional na época, ocasião em que muito fez pelo Turfe - notadamente o do Paraná, na gestão de Ubaldo Siqueira.
Como criador, nos revelou entre muitos o craque absoluto de sua geração Fitz Emilius, "quase" Tríplice Coroado, e ainda teve a visão de importar para o Brasil o notável Rio Bravo II, brilhante raçador de seu tempo.
À frente da Agropecuaria Inshalla Ltda/Stud Inshalla, viu brilharem inúmeros corredores clássicos, de Court Lady a Brown Tiger...
Como dirigente e turfista de escol foi querido por todos, com sua simpatia, educação, inteligência, cultura, bom gosto e bom humor.
Nelito foi um grande e querido amigo que tive por mais de 30 anos. Estivemos juntos em inúmeras viagens a Bagé, Curitiba (onde manteve cocheiras e vendeu estatísticas), Campinas e Pirassununga, nos áureos tempos do Inshalla, como também nos USA, no Uruguai e na Argentina.
Foi meu padrinho de casamento, e guardarei dele sempre as melhores recordações, de grandes e inesquecíveis momentos, do Betemps ao La Caballeriza.
Parabenizo o JCSP pela justíssima homenagem a alguém que viveu grande parte de sua vida em Cidade Jardim, e que deu grande contribuição para o Turfe Paulistano e nacional.
Entendo que a lembrança tem ainda maior valor por Nelito não ter deixado nem fortuna nem descendentes no turfe, mas se fundamenta acima de tudo por ele ter sempre representado com dignidade e honradez o papel que escolheu e que adorava ouvir: o de "Gentleman Breeder".
Mário Zuca Márquez
